7º Regresso (ou as chaves. Outra vez as chaves. E eu aqui. Outra vez. Atirando pétalas ao silêncio)
Os dias são feitos de silêncio. Podia dizer
(da tua ausência)
solidão ou flor. Mas é de silêncio que são feitos
(os dias)
os meus dedos, que embora procurem escrever-te como eras
(ontem)
quando não era necessário escrever, estão fechados. Não como quando as tuas palavras
(as chaves)
abriam flores. E geravam promessas, adiando a solidão. Agora a música alonga o silêncio e os dedos prolongam a ausencia
(para onde foste?)
das tuas mãos
(pequenas)
que alimentavam os meus cabelos. Os dias
(agora)
estão carregados de silêncios que se parecem com as chaves
(perdidas)
que abandonamos à entrada
(das casas)
dos corpos, à procura das palavras. As portas abrem-se e pousamos as chaves dentro das casas. Como quem abandona uma existência exterior e entra
(dentro)
em si mesmo. As portas fecham-se e pegamos nas chaves inertes. Como quem procura ter um corpo
(fora)
diferente onde escrever as palavras que os dedos contêm. As chaves estão pousadas ao lado do telefone
(silêncio)
e seria fácil pegar-lhe
(ontem)
para encontrar a porta fechada
(agora).
Procuro no fundo vazio da caixa do correio as pétalas daquela flor que gosto, mas de que me esqueço de pronunciar a cor
(promessas)
com a persistência dos loucos, rodando as chaves
(outra vez)
para expulsar o silêncio
(a solidão)
do corpo que trago
(de fora)
dentro. Aperto o botão do elevador. As chaves na mão
(tristemente)
penduradas dos meus dedos, como palavras escorrendo do cansaço. A porta abre-se e as promessas do átrio
(vazio)
atingem o coração das flores atiradas contra a porta da casa
(pesadamente)
fechada, que se abre depois para anunciar descansos. Podia dizer da tua ausência. Mas apanho as pétalas
(amarelas)
do tapete e pouso
(outra vez)
as chaves ao lado do silêncio.
(da tua ausência)
solidão ou flor. Mas é de silêncio que são feitos
(os dias)
os meus dedos, que embora procurem escrever-te como eras
(ontem)
quando não era necessário escrever, estão fechados. Não como quando as tuas palavras
(as chaves)
abriam flores. E geravam promessas, adiando a solidão. Agora a música alonga o silêncio e os dedos prolongam a ausencia
(para onde foste?)
das tuas mãos
(pequenas)
que alimentavam os meus cabelos. Os dias
(agora)
estão carregados de silêncios que se parecem com as chaves
(perdidas)
que abandonamos à entrada
(das casas)
dos corpos, à procura das palavras. As portas abrem-se e pousamos as chaves dentro das casas. Como quem abandona uma existência exterior e entra
(dentro)
em si mesmo. As portas fecham-se e pegamos nas chaves inertes. Como quem procura ter um corpo
(fora)
diferente onde escrever as palavras que os dedos contêm. As chaves estão pousadas ao lado do telefone
(silêncio)
e seria fácil pegar-lhe
(ontem)
para encontrar a porta fechada
(agora).
Procuro no fundo vazio da caixa do correio as pétalas daquela flor que gosto, mas de que me esqueço de pronunciar a cor
(promessas)
com a persistência dos loucos, rodando as chaves
(outra vez)
para expulsar o silêncio
(a solidão)
do corpo que trago
(de fora)
dentro. Aperto o botão do elevador. As chaves na mão
(tristemente)
penduradas dos meus dedos, como palavras escorrendo do cansaço. A porta abre-se e as promessas do átrio
(vazio)
atingem o coração das flores atiradas contra a porta da casa
(pesadamente)
fechada, que se abre depois para anunciar descansos. Podia dizer da tua ausência. Mas apanho as pétalas
(amarelas)
do tapete e pouso
(outra vez)
as chaves ao lado do silêncio.